sábado, agosto 02, 2014

Pedro Mexia: "Amigo meu"


"E algumas das manifestações de amizade mais consistentes que conheço consistem em deixar alguém em paz, deixá-lo ser quem é, às vezes sozinho, em solidão temporária e benéfica.

Não ter amigos, não ter amigos nunca, leva ao fechamento, à incivilidade, à insanidade. Mas há amizades que são também formas de solidão. Amizades sem empatia, isto é, sem a tentativa de entendermos aquilo que nunca experimentámos. Amizades sem confidencialidade, que são formas de perfídia. Amizades inclementes como julgamentos sumaríssimos. Ou um amigo que diz mal de nós em público, ou fica calado quando nos ofendem. Um amigo que é um inimigo."

Sem comentários:

Enviar um comentário