quarta-feira, novembro 14, 2012

Diogo Macedo



Diogo Macedo. O nome persegue-me desde 2008. A história também, desde que consultei o processo. Hoje, dia em que soube que a  Relação do Porto confirmou a decisão do Tribunal de Famalicão que obriga a Universidade Lusíada a indemnizar a família daquele aluno do 4º ano de Arquitectura, 22 anos, assassinado pelos ex-colegas da tuna numa praxe estúpida e extemporânea em 2001, devia ser um dia feliz. De manhã, até me pareceu que seria, mas depois a raiva pela impunidade daqueles escroques que o mataram retirou-me a sensação de redenção que a justiça-feita deveria dar.

Estive a reler a história, os apontamentos, as notas do processo. Quando a justiça demora mais de uma década a chegar, poderá ainda ser considerada justiça? O pai do Diogo já não está cá para saber. A mãe, das maiores guerreiras que conheci na vida, como só uma mãe sabe ser, foi acusada de tudo durante a luta. De estar doida também, claro. Perdeu o filho, perdeu a saúde. Ganhou a causa? Os criminosos continuam à solta, hoje provavelmente a serem tratados por doutores e engenheiros, e seguramente com a certeza de que se safaram. A Universidade pagará 90 mil euros, como se um filho valesse 90 mil euros, mas nunca assumiu a culpa, a negligência, nunca reconheceu que falhou. E em dez anos a única coisa que fez foi tentar abafar o caso, aquele dia 8 de Outubro de 2001.

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