domingo, abril 29, 2012

Rob Riemen


Adoro o Rob Riemen, mas mesmo!, desde que li "Nobreza de espírito. Um ideal esquecido". Por tudo e porque obriga a uma releitura de Mann, Espinosa, Whitman, Goethe ou Camus. Hoje, Teresa de Sousa publica no Público uma entrevista absolutamente imperdível.

"Pessoas como Mário Soares, Willy Brandt, François Miterrand eram, no mínimo, gente extremamente erudita, que tinha ideias, com as quais podemos discordar, que cometia erros, alguns até bem grandes, mas era fácil reconhecer neles a dimensão de estadistas. Quem, entre a actual classe dirigente, você consegue definir como um estadista? Li recentemente um comentário muito interessante de alguém que dizia que quando daqui a cem anos as pessoas olharem para o nosso tempo vão perguntar-se: por que era esta gente no final do século XX estúpida ao ponto de pensar que tudo se resumia à economia, à economia, à economia?"

"Hoje os políticos dizem que estão ali pela liberdade, para defenderem os interesses de quem os elege, mas não estão lá para isso. A única saída é dar de novo significado às palavras. Uma das principais obrigações dos intelectuais é devolv...er algumas palavras às pessoas e devolvendo-lhes o seu real significado. Explicar-lhes que não é em torno do dinheiro e do poder que a vida se joga. Que, se quiserem viver com dignidade, então precisam de cultivar a nobreza de espírito."

"A nossa classe dirigente nunca conseguirá resolver os nossos problemas porque ela é o principal problema. É de tal maneira estreita de espírito que apenas consegue concentrar-se nas questões que não são verdadeiramente importantes. Em vez de salvar os bancos, devia preocupar-se em dar às pessoas uma boa educação, os instrumentos que lhes permitam conduzir as suas vidas, facultar-lhes o acesso à arte, à cultura, aos livros... para que possam tornar-se seres humanos críticos."

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