quinta-feira, junho 23, 2011

De coração partido...

Estivemos alguns meses na fase do engate. Havia trocas de olhares, pequenas carícias e alguns sinais de uma académica um pouco diferente de um clube que luta para não descer.

Em conversa, descobrimos um passado em comum. Recordámos as muitas tardes e noites passadas na Superior Sul do Estádio das Antas. Falámos de Bobby Robson como um grande ídolo. Comparámos as nossas histórias de amor. Era evidente para todos: fomos feitos um para o outro.

O namoro começou há um ano. A família desconfiava dele, não o conhecia de lado nenhum, e até tinha ar de engatatão. Mas depressa lhes deu a volta. Convenceu-os que me iria amar para sempre e que eu era a namorada de sonho.

O Verão até começou com um passeio romântico em Aveiro, uma Supertaça que iria marcar a nossa relação. A fase da paixão prolongou-se: 5-0 no clássico, vitórias sucessivas na Europa, os outros casais não tinham vida para nós. Casámos de luz apagada na luz, tivemos filhos em Dublin e já imaginava a minha vida toda com os Aliados pintados de azul. E, depois, isto.

De um dia para o outro, deixaste-me. Sem dizer nada, apenas com um fax. Trocaste-me por uma idiota russa cheia de dinheiro, muito mais feia e gorda do que eu. E eu por cá fiquei, de coração partido, com memórias de um casamento curto mas tão feliz, e com um rancho de filhos valiosos que poderão ir atrás de ti.

Durmo mal, penso no que fiz para isto acontecer, não consigo entender o porquê. Poderias ter sido o amor da minha vida, mas, afinal, vais ser só mais um que me enganou. Estás contente? Estás feliz? Não acredito. Ela não é melhor do que eu. Para ela, serás só mais um capricho. Ela não gosta de ti como eu gostava.

Mas sabes que mais? Não quero saber. Vou ultrapassar isto num instante e andar para a frente. Sei que mereço melhor e que ainda vou ser muito feliz. Não me peçam é para me apaixonar já outra vez. Isto vai demorar.

O melhor texto de sempre sobre o que nos aconteceu, aqui. 

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