sábado, abril 30, 2011

Shelter


Pirateámos músicas lindas e depressivas. Trocámos músicas com asas e upgrade carnal. Expulsámos regras, contraditámos a vida, ficámos leves. Queríamos agradecer a surpresa, o verão, o requinte e a malvadez. Queríamos apelar à motivação, tirar os pés do travão, trautear o amor em câmara lenta, ficar na primeira fila da plateia, passar sempre na mesma rua, naquela rua, seguir os passos um do outro e tropeçar num abraço, num beijo, num vestido despido. Experimentámos os eclipses todos, todos os cometas raros e mais que houvesse no planeta solar. Demos as mãos e queimou. Encomendámos sonhos e lollipops, recebemos paz e liberdade. Criámos um planeta só nosso, doce, mágico e solidário. Um redemoinho em contenção constante, um carrossel em entrega acelerada. A nossa cápsula. Onde rimos, rimos e rimos. Meu amor. Dizem que somos loucos. Somos só libelinhas. Às vezes, à chuva. Às vezes, presas na aranha. Sem medo de voar à noite. 

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