domingo, julho 04, 2010

Ma Mère by Christophe Honoré



Um Louis Garrel, sempre maravilhoso, a fazer, como sempre, de Louis Garrel, mas aqui em nu integral, o que é obviamente um plus. A fazer dele próprio e a fazer de conta que tem 17 anos. Uma também sempre superlativa Isabelle Huppert no papel de mãe -  e de puta. Ou pelo menos de ninfomaníaca. E um Nuno Lopes a fazer uma perninha como espanhol (e é impossível não gostar de Nuno Lopes, faça lá ele o que fizer). "Ma Mère" é um Christophe Honoré infalível, magnético, deliciosamente perverso e dramaticamente fundo. O filme é uma adaptação do romance homónimo (1955) do não menos controverso Georges Bataille. Em 2004, quando estreou, foi arrasado, metido na prateleira da pornografia. À segunda obra, o realizador francês era assassinado pela crítica sem dó nem piedade. Vemos o filme seis anos depois desse momento. É uma história de encesto, mãe e filho, presos num Verão nas Canárias, amam-se e desejam-se. É o conflito entre o sagrado e o profano, entre a vida vivida e vida existida. Entre as fronteiras da liberdade e do erotismo. É de uma poesia esmagadora. E é absurdamente bonito. Raios partam os críticos!

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