segunda-feira, novembro 16, 2009

Edie Sedgwick, la femme fatale



No sétimo piso do Museu Andy Warhol, em Pittsburgh, segunda maior cidade da Pensilvânia, nos EUA, há um filme de Edie Sedgwick. Um filme hipnotizante, em loop, sem fim, sem som, um filme a preto e branco sem história. Ali está ela diante da câmara, a dançar, a serpentear, a rir, a fazer poses dengosas, infantis, poses exóticas, eróticas. E tudo nela é ardente, os olhos riscados de preto, os lábios cheios, carnudos, vermelhos, o cabelo platinado, de ouro, às vezes de prata, até o cigarro que aperta entre os dedos. Ela ali a querer ser actriz, ela ali a provar por que razão a maior exibição da vida dela foi ela própria. Chegámos ali, nós que não nos damos particularmente bem com a Pop Art e desdenhamos das latas Coca-Cola e das embalagens de sopa Campbell, chegámos ali e percebemos por que razão valeu a pena ali chegar. Edie Sedgwick é a cereja, sabe que é impossível tirar os olhos dali, dela, é arte em estado vivo. Com tudo o que a arte, e nem sempre a vida, tem de loucura, de excêntricidade e, ao mesmo tempo, de absoluta pureza. De vício. Ela, a musa de Warhol; a Leopard-Skin Pill-Box de Bob Dylan; a Femme Fatale que Lou Reed escreveu para os Velvet Underground em 66; ela, nome de bares, de poemas, de canções, de filmes, de perdições várias; ela, ícone de moda dos anos 70, de todos os anos que ainda estavam por vir; ela, a menina cool de Manhattan; ela, viciada em drogas e, apesar disso, tão cheia de liberdade. Ela, a menina-mulher da Califórnia que morreu de overdose aos 28 anos. Se fosse viva, Edie Sedgwick faria hoje 66 anos.

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