sábado, novembro 17, 2007

José Luís Peixoto

“Um dia, quando a ternura for a única regra da manhã, acordarei entre os teus braços, a tua pele será talvez demasiado bela, e a luz compreenderá a impossível compreensão do amor. Um dia, quando a chuva secar na memória, quando o inverno for distante, quando o frio responder devagar com a voz arrastada de um velho, estarei contigo e cantarão os pássaros no parapeito da nossa janela. haverá flores, mas nada disso será culpa minha, porque eu acordarei nos teus braços e não direi nem uma palavra, para não estragar a perfeição da felicidade”.

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