terça-feira, fevereiro 20, 2007

Oscar para melhor actor


Personagem assíduo do carnaval madeirense, Alberto João Jardim decidiu, este ano, prolongar as festividades, pelo menos, até Junho. Demitiu-se ontem do Governo Regional da Madeira, em sinal de protesto contra a aprovação da Lei das Finanças Regionais, mas anunciou no mesmo exacto momento que vai voltar a recandidatar-se, seguro de que os seus conterrâneos não conseguem viver sem a sua demência.
Só pela possibilidade de arredar definitivamente o homem do poder ao fim de 30 anos, José Sócrates já merecia um Oscar. Mas o Oscar irá inevitavelmente para o próprio Jardim: é dramático, cómico, hilariante, ridículo, patético, manipulador, opressivo, anacrónico, repugnante. E, mesmo assim, há quem se deixe atropelar por ele. Se Bush ganhou nos EUA porque não há-de ele voltar a ganhar?
Há três ou quatro anos estive na Madeira e não resisti a soltar perguntas, aqui e ali, sobre a gestão de Alberto João. Não obtive uma única - uma única!!! - resposta. No Funchal, as pessoas vivem fascinadas com a ideia de viverem numa cidade cosmopolita, fashion, turística e solarenga. Aparentemente, isso basta-lhes. Na Calheta, maior concelho do arquipélago com cerca de 12 mil habitantes, a pobreza é indisfarçável. O atraso, a todos os níveis, também. Quando confrontadas com qualquer questão, as pessoas fogem, imploram para que se não lhes fale em Jardim e recusam dar opinião. Não dizem que está tudo bem - não podem, não está e isso vê-se -, mas rejeitam qualquer possiblidade de mudança, vá lá saber-se porquê.
Todos sabemos como isto vai acabar.

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