segunda-feira, agosto 14, 2006

No melhor pano...


... cai a nódoa. Que o diga Günter Grass, 78 anos, Nobel da Literatura em 1999, que só agora decidiu revelar (no caso, ao jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung) que durante a juventude pertenceu às Waffen SS, a mais abominável força de elite do regime de Hitler. Que tenha mantido o silêncio durante tantos anos já é discutível; que o tenha feito um mês antes do lançamento da sua autobiografia é verdadeiramente deplorável, porque figura, pelo menos, na aparência, na mais intrincada fórmula de marketing que existe.

A minha curiosidade é agora saber se a autobiografia lança pistas de (re)leitura sobre a obra já publicada. É um direito que os leitores têm. É importante que explique de que forma devem ser interpretados livros como o primeiro, "O Tambor" de 1959, no qual tece dura crítica aos regimes totalitários. Terá sido uma forma de expiar os pecados?
A academia sueca protelou durante muitos anos a distinção de Grass devido às suas posições políticas. Mas por esta revelação é que ninguém esperava. Aquele bigode nunca me enganou!

Sem comentários:

Enviar um comentário