domingo, julho 23, 2006

Saudades do mar


Lembras-te quando me enviaste, pelo correio, um saco cheio de areia da praia de S. Pedro de Moel? Eu tinha lá estado no ano anterior; tu estavas ali naquele instante. Foram as primeiras férias a seguir ao ano lectivo em que nos conhecemos. Guardo-a numa caixa, só tua, juntamente com os postais, feitos à mão, que trocámos durante vários anos. E com uma fotografia, que recortei de uma revista, onde vinha um carro igual ao teu Twingo cor-de-rosa.
Os postais tinham, quase sempre, citações de livros, como a que me enviaste agora de Londres.

"Diego não conhece o mar. Um dia, o pai leva-o à praia: "E foi tanta a imensidão do mar, e tanto o seu fulgor, que o menino ficou mudo de formosura. E quando por fim conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: 'Ajuda-me a olhar'" .
Tu tens saudades do mar. Eu tenho saudades tuas.

3 comentários:

  1. Cada vez aprecio mais os teus escritos. Devias partilhar todo este turbilhão de sentimentos fiéis com mais leitores. Já pensaste dedicar um pouco do teu tempo a escreveres um livro?

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  2. Foi bom ver que no meio disto tudo ainda há quem se lembre de mandar saquinhos de areia. Provavelmente, estamos a procurar o essencial no sítio errado.

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